Na noite da última terça-feira, cinco de novembro, o Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso) promoveu a primeira aula magna para o curso de Pedagogia. Na ocasião, houve uma palestra com a professora Ana Regina Campello, especialista em Educação Bilíngue de Surdos pelo Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES).

Com o tema “A importância da identidade surda como modelo linguístico social e cultural na educação dos surdos”, a aula magna aconteceu às 19h, no auditório 3 do campus Sede, no Alto, para uma plateia composta por alunos do curso de Pedagogia e que cursam disciplinas de Libras, Educação Inclusiva e Tecnologias Assistivas.

Pedagoga e doutora, a professora Ana Regina Campello também é surda e representa apenas 1% da população surda brasileira com nível de escolaridade e doutorado.

“Essa aula magna foi muito além da explanação acadêmica sobre métodos pedagógicos, foi uma verdadeira convocação para a formação dos futuros pedagogos, para que assim assumam a responsabilidade de transformar a educação local e regional, tornando-a acessível e verdadeiramente inclusiva para todos, comentou a coordenadora do curso de Pedagogia, professora Bianca Jussara Borges Gomes Clemente.

Com auxílio de dois intérpretes para a linguagem de sinais, Ana Regina Campello refletiu sobre a necessidade de inclusão para deficientes auditivos na Educação Básica, Fundamental e Superior. Deste modo, ela trocou experiência e conhecimento com os estudantes acerca da importância de se formar profissionais de Educação bilíngues, que tenham a capacidade de oferecer um atendimento especializado em espaços escolares e também não escolares.

Pra a professora, o maior desafio atualmente está no Ensino Fundamental, onde a maior parte dos gestores e professores não sabem como receber crianças surdas e usar as metodologias de ensino que sejam realmente bilíngues. “Dessa forma, é fundamental que os professores formados como pedagogos sejam bilíngues, o ensino do Português escrito e a Libras. Nesse momento é importante dar um suporte linguístico e cognitivo aos surdos na melhor preparação de cada surdo que está se desenvolvendo para o conhecimento”, explicou.



Por: Raphael Branco